REPÚBLICA DOS SEPARADOS!!!



                                              



Casar, ter filhos e formar uma família feliz digna dos comerciais de margarina. Era assim que o gerente comercial Fred Belisário se imaginava aos 30 e poucos anos. De fato, parte dos planos se concretizou, e ele saiu da casa dos pais para viver com a mulher na Tijuca. O que não estava previsto, no entanto, era um divórcio antes da hora. Três anos depois de unir as escovas de dentes, ele arrumou a mochila e se mudou para Laranjeiras, onde passou a dividir um apartamento de sala, dois quartos e cozinha com um colega de infância. "Queria morar na Zona Sul. Rachando os gastos, o orçamento do mês não ficou tão comprometido", argumenta Belisário, de 33 anos. Mas essa é só a parte técnica da explicação. Para os recém-separados, voltar a morar com um bando de amigos (também solteiros, de preferência) pode transformar a vida em uma grande festa. E das mais animadas, que entram noite adentro.

Na casa de Afonso Tresdê, Lincoln Quinan Junior e Daniel Simões, a regra é clara: quem chega primeiro do trabalho põe a cerveja para gelar. A bebida é o ingrediente número 1 na lista de compras do trio, para abastecer as conversas que se estendem até de madrugada ou os churrascos, sem hora para acabar, realizados no terraço do apartamento deles, na Tijuca. "Montamos uma república dos divorciados", diverte-se Tresdê, que, aos 32 anos, já foi casado duas vezes. "Aqui, fazemos tudo o que as nossas ex-mulheres não deixavam." Isso inclui deixar os copos e pratos sujos para lavar só no dia seguinte, passar horas a fio jogando vi­­deo­game sem ouvir reclamações ou ficar deitado no sofá o sábado todo sem ter a obrigação de visitar os pais de ninguém.

"Minha ex não deixava nem que meus amigos sentassem no sofá, porque era branco e iria sujar", reclama Quinan, também de 32 anos. Não é preciso chegar a esse extremo, mas alguns mandamentos básicos sempre facilitam a convivência: quem cozinha, em geral, não lava a louça. É assim na comunidade em que se instalou o chef Ricardo Lapeyre, de 25 anos. Após se separar, há seis meses, o cozinheiro estava prestes a ir morar sozinho no Jardim Botânico, mas preferiu ocupar o quarto vago num casarão de dois es­trangeiros na Urca, conhecidos de longa data. "Não deu nem tempo de curtir uma fossa. Eles têm sempre uma programação diferente"

                           

*********************************************************************************
A solidão é algo inerente à condição humana, é constitutivo do ser. Surge com o nascimento e se esvai com a morte. Isto para aqueles que vêm à morte como o fim da existência. Ser só é diferente de estar sozinho. Todos somos sós. Estar sozinho é a situação onde o outro não está presente. Ser só é semelhante a ser único. Segundo Schopenhauer, "Solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais". Sofremos com a solidão porque ela nos demonstra o quanto necessitamos do outro. A solidão apresenta facetas de encantamento inigualável. Ao mesmo tempo em que se apresenta desesperadora, por outro lado nota-se a própria essência da vida existindo somente a partir da solidão. O mundo das relações vem carregado do medo de estar só. Ao mesmo tempo a aprendizagem na solidão e no isolamento, quando vividos intensamente não como fuga e sim como encontro consigo mesmo é capaz de fecundar o nascer de relações reveladoras do divino presente em cada ser humano. Toda relação humana é fonte de problemas, conflitos e realizações. Buscamos o outro porque temos solidão, o frio inverno da angústia. Queremos sair do silêncio ensurdecedor do isolamento, na pretensão de satisfazer as carências do amor/gratidão. Muitas vezes falta a pedagogia do saber esperar. Assim a busca demasiada de aproximação pode provocar sufocamento, ou seja, um exagerado esperar do outro pelo excesso de apego A experiência de solidão remete à individuação e a uma ruptura com o estado de fusão com o outro. Somos seres separados e não colados. A experiência da solidão é a capacidade de amar com independência e autonomia, elaborando a dor da ausência entre o eu e o outro. A solidão é a experiência que potencializa e proporciona o encontro e a comunicação com o outro. 



"Guarda-te uma vez dos inimigos e mil vezes dos amigos, porque um amigo poderá vir a ser teu inimigo e prejudicar-te com facilidade".
Petrus Alphonsi



FONTE: *VEJA RIO
               *REVISTA ÉPOCA
               *VILAMULHER.TERRA
               *RENATARODE.WORDPRESS
               *DENTUÇO(TÍTULO DO POST)
               *PENSADOR UOL

Comentários

Postagens mais visitadas