O VERDADEIRO SENTIDO DA PALAVRA APOSENTADORIA!!!!!

*****HISTÓRIAS DE APOSENTADOS E SEUS DILEMAS.*****

1-Eu não gosto da palavra aposentada porque é muito forte, parece que a pessoa é um traste, está encostada. Eu não me sinto assim", diz a bancária aposentada Letícia Alves.
"Colegas meus disseram para eu não me aposentar porque eu ficaria triste, iria me entediar, ficaria doente até morreria", conta o delegado aposentado Joaquim Nogueira.
"O brasileiro trabalha 35, 40 anos e, quando se aposenta, em vez de receber um prêmio, recebe um castigo pelo que trabalhou", diz o metalúrgico aposentado Benedito Bozzi.
O que seu Benedito chama de castigo é a clausura em casa. Desde que se aposentou, a vida passou a ter um sabor amargo, de desilusão. "Dá um desespero. A gente fica dentro de casa, sai para a rua e não tem o que fazer lá. Volta para casa, senta no sofá, assiste à televisão e em pouco tempo sai de novo. 
Quando relembra os 40 anos de trabalho como torneiro ferramenteiro, os olhos do aposentado se iluminam. A profissão, que exerceu com orgulho, lhe deu um bom padrão de vida, mas não foi capaz de garantir um futuro digno.
Com os R$ 3 mil que ganhava, mais os benefícios da empresa, comprou duas casas, carros e passeava nos fins de semana com a mulher e os filhos. Hoje tem que se virar com os R$ 700 da aposentadoria. Já vendeu uma casa, um carro e ainda ajuda a mãe doente.
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2-Começar de novo. Não era bem esse o futuro que Roberto Brum imaginava. O homem que comandava o parque gráfico de um grande jornal de São Paulo hoje, aos 62 anos, passa os dias com currículo debaixo do braço procurando emprego. Lado a lado com o drama dos que não encontraram uma saída melhor.
Na ficha, o atestado de uma enorme bagagem profissional. Mas isso vale muito pouco. "No fundo, no fundo, eu não deveria estar nesse mercado concorrendo com jovens. Então, eu me sinto realmente mal de estar lado a lado com eles. De certa forma, sinto que estou roubando o espaço deles.
Antes da queda, mansão com piscina, churrasqueira, seis dormitórios. Carros, viagens, jantares. Um padrão de vida bem alto.Vieram a avalanche de contas, compromissos, a vida ladeira abaixo.
Hoje, com uma pensão de R$ 1,8 mil da Previdência, mora numa casa menor e tem que contar com a ajuda da mulher e dos filhos. Um cotidiano de expectativa e desilusão.
"Ele e minha mãe sempre trabalharam para conseguir comprar a casa, conseguir tudo o que a gente teve ou ainda tem. Mas eu fico preocupada com o emocional dele", diz a jornalista Juliana Brum, filha de seu Roberto.
 Acho que ele nem percebeu ainda, mas está mais recluso", comenta a esposa de seu Roberto, Lucineide Brum.
" Acho que eu vou planejar minha vida de uma maneira muito diferente. Hoje, com 25 anos, estou pensando nisso. Acho que aprender com os erros dos pais é uma lição importante", diz a publicitária Ana Cláudia Schmidt, filha de seu Roberto.
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3-Aos 65 anos, seu Lázaro de Lima tem que enfrentar 12 horas de viagem todo mês. São quase 800 quilômetros desde Umuarama, no Paraná, até o centro da capital paulista. Tudo para passar por uma série de exames no coração. Ele tem duas pontes de safena.
Quando trabalhou, fez de tudo – foi piloto de avião, radiotelegrafista, gerente de loja, consertou máquina de escrever e até computador. Mas sofreu um infarto e se aposentou.
"Quando parei de trabalhar, ganhava em média R$ 8 mil por mês. Hoje eu recebo uma'superaposentadoria' de R$ 430. Minha vida virou de ponta cabeça", conta seu Lázaro.
Sem trabalho, as únicas atividades de seu Lázaro são viajar e enfrentar fila para buscar remédio de graça. Se fosse comprar, pagaria o dobro do valor da aposentadoria.
"Tomo 22 comprimidos por dia: para diabetes, coronárias, colesterol, triglicerídeos...", revela o aposentado. A sacola que seu Lázaro leva para casa não carrega presentes.
"Eu tenho quatro netos. O Natal está chegando, e eu não tenho condição de comprar presente para nenhum deles. Não dá mesmo.
"Na verdade, hoje já não passa mais nada na minha cabeça. Você não tem direito nem de sonhar. A aposentadoria virou um pesadelo!", diz seu Lázaro.
Quando a saúde está preservada, a motivação em dia, e surge uma oportunidade, alguns aposentados conseguem transformar a necessidade de continuar trabalhando num prazer.
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4-Dona Letícia Alves trabalha desde os 13 anos. Hoje, aos 65, é funcionária de uma rede de restaurantes. Ela chegou do Ceará com a determinação de vencer. Trabalhou 20 anos num banco e conseguiu chegar a um cargo de direção. Se aposentou, mas continua esbanjando energia. 
"Eu senti um vazio, a necessidade de ter uma atividade, um horário para cumprir, de ser útil, de mostrar a capacidade que eu sempre tive, minha dedicação, meu esforço", conta dona Letícia.
De casa para o trabalho, uma longa caminhada. Viagem de metrô. E quatro horas atendendo aos clientes. Sempre de pé.
"Eu me sinto uma menina. Eu me atualizo com os jovens, dou conselho para meus netos. Eu me sinto igual a eles, não acho diferença.
só procurar se atualizar que encontra o lugar adequado, como eu encontrei. Ficar parado não dá! Nunca deu! Só dá tristeza, melancolia, até um pouco de revolta. E isso faz muito mal para o aposentado", conclui dona Letícia.
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5-Joaquim Nogueira não caiu na rua da amargura. Pelo contrário. Acreano, filho de seringueiro, foi pedreiro, servente, pintor de paredes. Se formou em Direito e trabalhou 20 anos como funcionário público. De oficial de Justiça a escritor de romance policial. O sonho de aposentadoria do ex-delegado se tornou realidade. Projeto de uma vida.
"Eu decidi me aposentar. Saí da polícia para pagar essa aposta: me dedicar à literatura. E com a idéia de realizar o sonho de escrever e publicar um livro. Ou então, me desiludir de vez", conta ele.
Joaquim mandou os originais do primeiro livro pelo correio para uma grande editora. Uma aposta que deu certo. "Mandei, e eles gostaram. Foi emocionante o dia em que eles telefonaram para mim", lembra.
Livro publicado. Uma vitória possível graças à tranqüilidade que os R$ 6 mil da aposentadoria de servidor público puderam garantir.
"Eu não tenho coragem de chegar em nenhum lugar e dizer que sou escritor. Nunca, jamais digo isso! Às vezes eu me defino como aposentado. Outras, como advogado. Conforme a circunstância."Talvez fosse conveniente que essas pessoas, antes de se aposentar, tivessem um plano para estruturar sua vida na aposentadoria"
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DICAS PARA QUEM VAI SE APOSENTAR (DICAS PROFISSIONAIS.COM.BR):
*Por que não ver a aposentadoria como uma transição que envolve uma reorganização, redefinição e mudança nos papéis sociais exercidos pelo indivíduo?
*Não podemos associar “atividade produtiva” unicamente ao trabalho. Atividades produtivas podem ser todas aquelas que levam o homem ao próprio crescimento ou ao crescimento dos que o rodeiam, o que pode ser alcançado através do trabalho propriamente dito, do lazer, da convivência familiar, de atividades comunitárias.
*Buscar novas experiências é uma alternativa que está em alta entre os aposentados, até por indicação médica, como por exemplo aderir aos trabalhos voluntários, se matricular em cursos superiores para terceira idade, e desenvolver atividades culturais em centros comunitários. Todas estas ações impedem que a mente esteja ociosa e dificulta o desencadear para doenças, o importante é não se isolar do mundo, e sim continuar ativo.
*A preparação para a aposentadoria deve fazer parte de um projeto de vida do indivíduo, seja ela compulsória ou voluntária, é importante reconhecer a necessidade de cada caso, sempre objetivando a qualidade de vida de aposentado, e desmistificando a figura daquele sujeito marginalizado pela sociedade.

Dica do Dentuço aposentado:
Agora eu vendo doce, doce, doce, doce
Agora eu fiquei louco,louco,louco
Agora eu fiquei louco igual um tagarela
Tô tirando onda numa carrocinha de cachorro-quente amarela
Agora você diz: "Vem cá que eu te quero
Quando eu passo na carrocinha de cachorro-quente amarela


FONTE:** DICAS PROFISSIONAIS.COM.BR
             **  GLOBO REPÓRTER
             ** música camaro amarelo

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