O FUTEBOL BRASILEIRO!!!!
HISTÓRIAS DO FUTEBOL BRASILEIRO
A demissão de Mano Menezes na semana passada e a contratação da dupla Felipão e Parreira nessa semana foram atos sem muita coerência com os acontecimentos futebolísticos recentes.
Afinal, Mano assumiu a Seleção em 2010 e, segundo entendimento geral, seu desempenho vinha melhorando. Já os dois últimos técnicos campeões do mundo encontram-se em momentos descendentes na carreira. Felipão, desde que deixou a Seleção Portuguesa, em 2008, passou menos de uma temporada no Chelsea, sem sucesso, um ano no Bunyodkor do Uzbequistão, e dois anos no Palmeiras, deixando o time com o rebaixamento encaminhado. Parreira fracassou na Copa de 2006, não foi feliz no Fluminense nem na África do Sul nos anos posteriores, pendurou a prancheta e agora se torna para Felipão o que Zagallo foi para ele no período entre 1991 e 1994.
Apesar de tudo isso, de forma alguma pode-se considerar novidade a troca intempestiva de treinadores nem tampouco as presenças de Parreira e Felipão na Seleção. Parreira tem muitas horas de voo, desde os tempos de CBD, como preparador físico. Foi técnico da Seleção em 1983, de 1991 a 1994 e de 2003 a 2006. É a primeira vez que assume como coordenador. Felipão assume a seleção pela segunda vez, de novo faltando pouco tempo para a Copa e com o desafio de reconquistar a confiança da torcida.
Em 2001 a Seleção, após uma campanha medíocre na Copa das Confederações, Leão, que assumira no lugar de Luxemburgo há menos de um ano, e levara o time B para a competição, com o aval do presidente Ricardo Teixeira, foi demitido.
Felipão, que vinha de uma década de excelentes e duradouros trabalhos no Grêmio e no Palmeiras, e estava há um ano no Cruzeiro, foi contratado como salvador da pátria. Começou perdendo para o Uruguai em Montevidéu, pelas Eliminatórias, e depois levou um time B diferente do de Leão para a Copa América, sendo eliminado nas quartas de final, na histórica derrota para Honduras.
A partir daí Felipão começou a trabalhar por partes. Primeiro transformou cada jogo das Eliminatórias em final de copa do mundo, convocando jogadores queridos pelas torcidas das cidades onde os jogos aconteceriam, montando times aguerridos, deixando as estrelas de lado. Vencendo em casa, perdendo fora, a Seleção sofreu, mas se classificou.
No 1º semestre de 2002 Felipão fez diversos testes, principalmente com jogadores que atuavam no futebol brasileiro, em amistosos contra seleções de segunda linha. Nesses testes Felipão descobriu Kleberson, Anderson Polga e Gilberto Silva.
Na reta final de preparação, Felipão inseriu as estrelas Ronaldo e Rivaldo, se recuperando de contusão, e Ronaldinho Gaúcho, que finalmente fizera uma temporada regular pelo Paris Saint German, após uma saída turbulenta do Grêmio. Nos amistosos pré Copa não foi possível fazer avaliações, pois Tailandia e combinado da Catalunha não puderam oferecer resistência.
Chegada a Copa, a seleção começou capengando. Venceu a Turquia com ajuda do juiz, goleou China e Costa Rica sem convencer, nova vitória com ajuda do juiz, contra a Bélgica, já pelas oitavas. Mas indiscutivelmente o desempenho foi melhorando jogo a jogo. Nas quartas, contra a Inglaterra, veio a grande vitória, que deu a confiança no título. Novo encontro com a Turquia nas semifinais, dessa vez superada sem necessidade de ajuda da arbitragem e finalmente o primeiro encontro com a Alemanha na história das Copas, batida com atuação brilhante de Rivaldo, craque da Copa e dois gols de Ronaldo, artilheiro e herói do penta, dois craques bancados por Felipão, contra o senso comum.
Essa é a história do que aconteceu. Mas vale um capítulo para o que não aconteceu, a presença de Romário, clamada pelo povo, e nunca aceita por Felipão. No primeiro jogo do novo técnico, o Baixinho dormiu com uma aeromoça no hotel. Da Copa América Romário não participou, alegando que faria uma cirurgia na boca, mas viajou para jogar amistosos pelo Vasco, cujas cotas seriam maiores com sua presença. A interrupção das convocações se deu por um, por outro ou por ambos os motivos. A manutenção do afastamento, contra a vontade de Ricardo Teixeira e da maioria absoluta da torcida e da crítica, se deu com o aval do grupo de jogadores, a “família Scolari”, que perdera a Copa de 98 e queria ganhar, como acabou ganhando, a de 2002, que garantiu a Felipão que todos ficariam mais felizes sem o Baixinho entre eles.
*fonte: VEJA RIO
futebol por BRUNO SALLES
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